quinta-feira, 11 de abril de 2013

Prólogo

Eu podia ver o sangue no chão, certamente não era por isso que eu esperava.  Acreditava que iria para o inferno, pelo menos é isso o que eles falam sobre as pessoas que fazem o que fiz. Certamente não tinha ideia de que estaria aqui, inerte sobre o meu corpo, visualizando o sangue jorrando. Mas parece que eu realmente me enganei. Quanto tempo já se passou? Dez segundos? Trinta minutos? Duas horas? Não sei. O sangue já parou de explodir em um grande fluxo pelo azulejo do banheiro e agora passou a apenas gotejar sobre minha pele.
Minha pele, engraçado, acho que não é mais minha pele, já que aparentemente não estou mais em meu corpo,  a minha maior dúvida é, o que sou agora? Sou um espirito? Um fantasma? Por que as coisas não podem simplesmente acabar? Alguém está batendo na porta, eu não esperava ter que assistir essa cena.
- Morg, querida,  abre a porta.
Eu queria dizer que não posso, de alguma maneira sei que mamãe não pode me escutar , mas eu a escuto e agora está gritando.  Depois de muito pedir ela passou a forçar a tranca da porta, conseguiu abrir, entrou, então começaram os gritos e o choro.  Queria poder abraça-la, dizer que não foi dela a culpa, que eu estou em um lugar melhor, mas quem eu quero enganar?  Eu não faço ideia de onde estou ou o que sou agora, ainda não decidi se é pior, mas definitivamente esse não é o lugar que eu esperava.



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